ALMA VADIA
No vaguear do balanço da vida
Ei-la ruidosa, criança, amante do tempo
Minha alma mais louca, no entanto tão liberta
Das contradições dos homens, da folia do amor comprado
Te saúdo ao som dos cãntaros quebrados
Pois tua luz está sempre onde deve estar
Tão liberta do trabalho de "se dar bem"
Tão admirável no teu conceito genuíno sobre o amor
Alma que pouco se importa com quem se importa
Em agradar o homem tão belicoso, tão cheio de si
Tão queredor de mostrar quão grande são os seus feitos, suas idéias
Alma minha, podem chamar-te do que quiserem
Mas me encanto em ter-te tão minha, tão amiga
Tão presente de Deus, tão entrelaçada no meu viver
Tão poética, tão desocupada de coisas insignificantes
Tão liberta das filosofias humanas, decadentes
Mas tão laboriosa no afã de amar.
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